A educação integral é uma concepção de educação que busca garantir o desenvolvimento do estudante em todas as suas dimensões: intelectual, física, afetiva, social e cultural. Muitas vezes, esse conceito se confunde com o de educação em tempo integral, que se refere a uma jornada escolar com duração igual ou superior a 7 horas diárias ou 35 horas semanais.
O período integral é uma das estratégias que possibilita a educação integral, mas não a única. É necessário um currículo que conecte as diferentes áreas do conhecimento, dialogue com a realidade dos estudantes e possibilite o desenvolvimento de competências socioemocionais, entre outros elementos. Neste post, vamos explorar o conceito de educação integral, sua importância, princípios e benefícios e como implementá-la em sua escola.
O que é educação integral
Segundo o Centro de Referência em Educação Integral, a educação integral considera que toda pessoa é multidimensional e, portanto, a educação deve garantir o desenvolvimento dos indivíduos em todas as suas dimensões: intelectual, física, afetiva, social e cultural.
“Mais do que se referir à ampliação da jornada escolar, ao posicionar o estudante e seu desenvolvimento no centro do processo educativo, reconhecendo-o como sujeito social, histórico e multidimensional, a educação integral tem contribuído para reconectar o sentido da escola e da educação com a vida”, diz a organização.
De acordo com o Ministério da Educação (MEC), a educação integral possibilita a superação da fragmentação dos conhecimentos e vincula-os às práticas sociais e à vida cotidiana. Ela busca superar as ações que reduzem o papel da escola a uma mera transmissão de conteúdos ou de priorização de uma só dimensão do desenvolvimento, geralmente a intelectual.
Além disso, a educação integral deve se constituir como projeto coletivo, compartilhado por estudantes, famílias, educadores, gestores e comunidade. A participação ativa da comunidade escolar fortalece o senso de pertencimento dos alunos, além de enriquecer suas experiências de aprendizado e os preparar para os desafios do mundo contemporâneo.
Dimensões da educação integral
Confira os cinco aspectos do desenvolvimento integral:
- dimensão física: questões do corpo, do autocuidado, da atenção à saúde e da prática física e motora;
- dimensão emocional ou afetiva: refere-se às questões de autoconhecimento, autoconfiança, autorrealização e ao sentimento de pertencimento;
- dimensão social: compreensão de questões sociais e relacionadas à cidadania e à vida política, reconhecimento e exercício de direitos e deveres e responsabilidade com o coletivo;
- dimensão intelectual: apropriação das linguagens, códigos e tecnologias, acesso e produção de informação e leitura crítica do mundo;
- dimensão cultural: inclui apreciação e fruição das diversas culturas, questões identitárias, produção cultural em suas diferentes linguagens e respeito às diferentes perspectivas, práticas e costumes sociais.
Princípios da educação integral
A educação integral se sustenta por quatro princípios: equidade, inclusão, contemporaneidade e sustentabilidade:
- Equidade: reconhece o direito de todos e todas de aprender e acessar oportunidades educativas diferenciadas e diversificadas a partir da interação com múltiplas linguagens, recursos, espaços, saberes e agentes, condição fundamental para o enfrentamento das desigualdades educacionais.
- Inclusão: considera a singularidade dos sujeitos, suas múltiplas identidades e se sustenta na construção de um projeto educativo para todos e todas.
- Contemporaneidade: foca na formação de sujeitos críticos, autônomos e responsáveis para atender às demandas do século XXI.
- Sustentabilidade: compromete-se com processos educativos contextualizados e com a integração permanente entre o que se aprende e o que se pratica.
Importância da educação integral
A Base Nacional Comum Curricular (BNCC), que estabelece os conhecimentos, as competências e as habilidades que todos os estudantes devem desenvolver ao longo da Educação Básica, afirma o seu compromisso com a educação integral.
O documento reconhece que a Educação Básica deve visar à formação e ao desenvolvimento humano global. “A educação deve assumir uma visão plural, singular e integral do estudante, considerando-o como sujeito de aprendizagem e promovendo seu acolhimento, reconhecimento e desenvolvimento pleno, nas suas singularidades e diversidades.”
A Base também aponta que, independentemente da duração da jornada escolar, o conceito de educação integral se refere a aprendizagens sintonizadas com as necessidades, as possibilidades e os interesses dos estudantes e, também, com os desafios da sociedade contemporânea.
“Isso exige muito mais do que o acúmulo de informações. Requer o desenvolvimento de competências para aprender a aprender, saber lidar com a informação cada vez mais disponível, atuar com discernimento e responsabilidade nos contextos digitais, aplicar conhecimentos para resolver problemas e ter autonomia para tomar decisões.”
Benefícios da educação integral
Ao promover a formação completa dos estudantes, englobando as dimensões intelectuais, sociais, emocionais e culturais, a educação integral contribui para o avanço dos conhecimentos acadêmicos e o desenvolvimento de competências socioemocionais.
Um currículo integrado, que conecta diferentes áreas do conhecimento, proporciona uma visão interdisciplinar e promove uma aprendizagem mais significativa. Ao oferecer propostas diversificadas e utilizar metodologias ativas de ensino e aprendizagem, a educação integral tende a melhorar o desempenho acadêmico e incentivar o protagonismo das crianças e dos adolescentes, assim como a capacidade de resolver problemas e de aprender ao longo da vida.
Essas competências são fundamentais para desenvolver cidadãos autônomos, críticos e responsáveis e para enfrentar os desafios do século XXI, como a rápida transformação tecnológica, que exigem resiliência, flexibilidade, colaboração e criatividade.
Como implementar a educação integral
Para o desenvolvimento global dos estudantes, considerando todas as suas dimensões, algumas práticas são indicadas, como:
- usar metodologias ativas de ensino e aprendizagem, pois colocam os alunos no centro do processo educativo, estimulando a autonomia e o protagonismo na construção do conhecimento;
- trabalhar a aprendizagem socioemocional para fomentar o desenvolvimento de habilidades e competências como empatia, liderança, resiliência e colaboração;
- ofertar atividades diversificadas, incluindo esportes, artes e tecnologia;
- articular a escola com outros espaços educativos, centros culturais, bibliotecas públicas, praças, parques, museus, teatros e cinemas;
- utilizar múltiplas linguagens nas aulas, diversificando e articulando oralidade, imagens, textos, gráficos, vídeos, músicas e linguagem gestual e corporal;
- estimular diferentes formas de interação entre os estudantes, como trabalhos em duplas, trios e grupos, além de assembleias e debates;
- aproximar os conteúdos escolares da realidade dos alunos, superando a fragmentação do conhecimento e promovendo uma aprendizagem contextualizada e significativa;
- promover a inclusão e equidade, reconhecendo a singularidade de cada estudante e se comprometendo com a construção de um projeto educativo pertinente e acessível a todos;
- garantir a presença de temas transversais no projeto pedagógico, como educação ambiental, educação em direitos humanos, educação para relações étnico-raciais e educação inclusiva;
- realizar avaliações formativas, que acontecem continuamente ao longo de todo o processo de ensino e aprendizagem, para identificar os avanços e as dificuldades dos alunos, permitindo ajustar as práticas pedagógicas;
- investir na formação inicial e continuada de professores para atuarem na perspectiva da educação integral;
- incentivar a participação da comunidade escolar no projeto político pedagógico da escola, considerando os princípios de gestão democrática.
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