Desde a fase escolar, é importante desenvolver habilidades socioemocionais nas crianças e nos adolescentes, para que eles aprendam a valorizar as diferenças e contribuam, no futuro, para criar e manter ambientes de trabalho inclusivos e respeitosos.

De acordo com Rebekah Kimberly, consultora de RH da Somos Educação, os estudantes precisam desenvolver características comportamentais voltadas para um bom relacionamento interpessoal. “No ambiente corporativo, chamamos essas habilidades de soft skills, que são diversos comportamentos primordiais para uma boa convivência e desenvolvimento pessoal”, comenta. “Entre elas, especificamente voltados ao ambiente inclusivo, estão a empatia, a flexibilidade, a resiliência e a comunicação.”

Como as soft skills impactam a futura vida profissional?

Segundo Rebekah, a empatia vai para além do famoso “se colocar no lugar do outro”. Muitas vezes, no ambiente profissional e/ou educacional, nos deparamos com diferenças causadas por diversos fatores e, frequentemente, por questões socioeconômicas, culturais e raciais. “A empatia nos dá o aporte necessário para afinar nosso olhar sobre essas diferenças e buscar meios para acolher e transformar o ambiente, para que possa comportar as diferentes realidades”, aconselha a especialista.
Já a flexibilidade e resiliência nos fazem mais adaptáveis a diferentes contextos, o que dá o suporte necessário para a comunicação. Sem ela, não é possível ter êxito em nenhuma carreira. “A comunicação não-violenta e assertiva é a base das relações, pois ela nos permite ouvir, compreender e articular melhor aquilo que temos a dizer. Portanto, é fundamental que tenhamos uma comunicação bem desenvolvida para promover e vivenciar um ambiente inclusivo e respeitoso”, indica Rebekah.

Construindo ambientes mais saudáveis e amigáveis

Todas as soft skills mencionadas possuem um alto nível de impacto sozinhas. Mas, usadas em conjunto, elas formam um grande círculo de influência, pois uma contribui para o desenvolvimento da outra e assim sucessivamente. Dessa forma, o jovem profissional tende a ter uma gestão de conflitos mais eficaz, aumentando a colaboração e o trabalho em equipe e promovendo trocas mais ricas, saudáveis e amigáveis no ambiente de trabalho.

Na escola, os educadores devem assumir o papel principal de facilitadores no desenvolvimento de cada estudante em sala de aula. Exercendo essa função, os temas diversidade e inclusão poderão ser trabalhados da forma mais prática e eficaz possível: por meio de conversas. “É importante criar um ambiente seguro e acolhedor para falar do assunto, demonstrar atitudes inclusivas, ser ponto de apoio para alunos minorizados e traduzir para a linguagem comum e para todos o que é diversidade e inclusão e quais são os seus efeitos na sociedade”, conclui a consultora.