Se você quer dicas para a redação do Enem 2025, uma das primeiras coisas a fazer é entender o que se espera dos candidatos para poder calibrar a sua preparação. Para isso, a consulta ao documento “A Redação do Enem – Cartilha do(a) Participante 2025” é fundamental!
Publicada no último dia 3 de outubro pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), órgão vinculado ao Ministério da Educação (MEC) e responsável pela aplicação do exame, a cartilha orienta os candidatos sobre a prova de redação. Ela detalha os critérios de correção e as competências avaliadas, traz recomendações gerais e apresenta exemplos comentados de textos que tiraram a nota máxima.
Vale lembrar que, na redação, o estudante recebe entre 0 e 200 pontos para cada uma das cinco competências avaliadas. Assim, a nota pode chegar a 1.000 pontos, o que é muito difícil de acontecer nas outras provas do Enem, por causa da Teoria de Resposta ao Item (TRI). E, como a média do candidato é calculada pela média dos cinco exames (Ciências da Natureza, Ciências Humanas, Linguagens, Matemática e Redação), uma nota alta na redação pode contribuir para elevar significativamente essa média.
A seguir, com base nas principais informações da cartilha, reunimos 12 dicas essenciais para você ter sucesso na redação do Enem! Confira!
- Entenda a estrutura da redação
A prova de redação do Enem exige a produção de um texto dissertativo-argumentativo, em modalidade escrita formal da língua portuguesa, sobre um tema de ordem social, científica, cultural ou política. É preciso defender um ponto de vista — uma opinião a respeito do tema proposto –, apoiada em argumentos consistentes e estruturados com coerência e coesão. Também é necessário elaborar uma proposta de intervenção social para o problema apresentado no desenvolvimento do texto. O título é opcional na redação, que deve ter até 30 linhas.
- Saiba fazer um texto dissertativo-argumentativo
O texto do tipo dissertativo-argumentativo é aquele que se organiza com base na defesa de uma opinião sobre determinado assunto. É fundamentado com argumentos, a fim de influenciar a opinião da pessoa que lê, tentando convencê-la da ideia defendida. É preciso, portanto, expor e explicar ideias. A cartilha aponta a dupla natureza desse tipo textual: é argumentativo porque defende um ponto de vista, e é dissertativo porque utiliza explicações (fatos, informações) para justificá-lo.
- Atente-se aos textos motivadores
Os textos motivadores da proposta de redação do Enem, em geral apresentados em linguagem verbal e não verbal (imagem), ajudam a orientar a reflexão sobre a temática indicada. A ideia é que, a partir das ideias presentes nesses textos, os candidatos tragam outras informações, com base em suas vivências ou repertório sociocultural, que possam contribuir para a defesa do seu ponto de vista.
- Conheça os critérios de avaliação da redação
Na avaliação da redação do Enem, são consideradas cinco competências:
- Competência I: demonstrar domínio da modalidade escrita formal da língua portuguesa.
- Competência II: compreender a proposta de redação e aplicar conceitos das várias áreas de conhecimento para desenvolver o tema dentro dos limites estruturais do texto dissertativo-argumentativo em prosa.
- Competência III: selecionar, relacionar, organizar e interpretar informações, fatos, opiniões e argumentos em defesa de um ponto de vista.
- Competência IV: demonstrar conhecimento dos mecanismos linguísticos necessários para a construção da argumentação.
- Competência V: elaborar proposta de intervenção para o problema abordado, respeitando os direitos humanos.
- Demonstre domínio da modalidade escrita formal da língua portuguesa
A escrita formal é a modalidade da língua associada a textos do tipo dissertativo-argumentativo. Ela inclui o conhecimento das convenções da escrita, como as regras de ortografia, de acentuação gráfica, gramaticais e de construção sintática (existência de determinados elementos oracionais que se organizam na frase e garantem a fluidez da leitura e a apresentação clara das ideias, com períodos bem estruturados e completos).
Assim, na competência I, a redação será avaliada considerando os possíveis problemas de construção sintática e a presença dos seguintes desvios:
- convenções da escrita: acentuação, ortografia, uso de hífen, emprego de letras maiúsculas e minúsculas e separação silábica;
- gramaticais: regência verbal e nominal, concordância verbal e nominal, tempos e modos verbais, pontuação, paralelismos sintático, morfológico e semântico, emprego de pronomes e crase;
- escolha de registro: adequação à modalidade escrita formal, sem o uso de registro informal e/ou de marcas de oralidade;
- escolha vocabular: emprego preciso do vocabulário, com utilização das palavras selecionadas em seu sentido correto e no contexto adequado.
- Evite o chamado “repertório de bolso”
A competência II se refere à compreensão da proposta de redação, ou seja, atender ao recorte temático, e desenvolver o tema usando seu repertório sociocultural — uma informação, um fato, uma citação ou uma experiência vivida que, de alguma forma, esteja relacionada ao tema e contribua como argumento para a discussão proposta.
A cartilha alerta para o chamado repertório de bolso. Trata-se de referências prontas, memorizadas e frequentemente utilizadas pelos participantes, de forma genérica e pouco aprofundada, sem uma conexão genuína com o tema proposto. É como se fosse um repertório “guardado no bolso” para ser usado com qualquer tema, mesmo que não seja totalmente adequado ou pertinente.
“Se o avaliador perceber que o repertório foi inserido de forma decorada, automática ou forçada, ele pode avaliá-lo como não produtivo, o que poderá prejudicar a nota da competência II”, diz o documento.
- Não tangencie ou fuja ao tema
Uma redação foge ao tema quando nem o assunto mais amplo nem o tema específico proposto são desenvolvidos. Já o tangenciamento ao tema ocorre quando há uma abordagem parcial baseada somente no assunto mais amplo a que o tema está vinculado.
A fuga total ao tema implica em nota zero, enquanto o tangenciamento, avaliado na competência II, afeta também a avaliação das competências III e V, impedindo que a redação receba nota acima de 40 pontos em todas essas competências.
Para evitar fugir ao tema, a recomendação da cartilha é desenvolver uma discussão dentro dos limites do assunto definido pela proposta. “Mencioná-lo apenas no título, por exemplo, ou deixá-lo subentendido, supondo que a banca vai saber sobre o que você está falando, não é suficiente. Lembre-se de que a sua redação deve ser compreendida até mesmo por um leitor que não tenha tido acesso à proposta de redação na qual ela foi baseada.”
- Faça um projeto de texto
Projeto de texto é o planejamento prévio para a escrita da redação. Nele são definidos os argumentos que serão mobilizados para a defesa do ponto de vista e a melhor ordem para apresentá-los, de modo a garantir que o texto final seja articulado, claro e coerente.
Segundo a cartilha, “o texto que atende às expectativas referentes à competência III é aquele no qual é possível perceber a presença implícita de um projeto de texto, ou seja, aquele em que é claramente identificável a estratégia escolhida para defender o ponto de vista.”
- Capriche no desenvolvimento dos argumentos
O desenvolvimento do texto, avaliado na competência III, consiste na fundamentação dos argumentos apresentados ao longo da redação, isto é, na forma como informações, fatos e opiniões são apresentados e explicados. Um bom desenvolvimento pode ser feito por meio de exemplos, definições, comparações, analogias, estatísticas etc. De qualquer modo, ele precisa sempre ser relacionado ao ponto de vista que orienta o projeto de texto, a fim de que nenhuma informação pareça solta ou confusa.
- Garanta coesão e encadeamento textual
Os aspectos avaliados na Competência IV dizem respeito à estruturação lógica e formal entre as partes da redação. A organização textual exige que as frases e os parágrafos estabeleçam entre si uma relação que garanta a sequenciação coerente do texto e a interdependência entre as ideias. Essa articulação é feita mobilizando recursos coesivos, como certas preposições, conjunções, alguns advérbios e locuções adverbiais.
- Elabore uma proposta de intervenção que respeite os direitos humanos
Propor uma intervenção para o problema apresentado pelo tema da redação significa sugerir uma ação que busque resolvê-lo. Ela deve responder às seguintes perguntas: o que é possível apresentar como solução para o problema, quem deve executá-la, como viabilizar essa solução e qual efeito ela pode alcançar.
A proposta de intervenção deve respeitar os direitos humanos, considerando os princípios norteadores das Diretrizes Nacionais para a Educação em Direitos Humanos, como dignidade humana, igualdade de direitos e reconhecimento e valorização das diferenças e diversidades.
Receberão nota zero na competência V textos que desrespeitem os direitos humanos, ou seja, que veiculem ideias como defesa de tortura, mutilação, execução sumária e qualquer forma de “justiça com as próprias mãos”; incitação a qualquer tipo de violência motivada por questões de raça, etnia, gênero, credo, opinião política, condição física, origem geográfica ou socioeconômica; e explicitação de qualquer forma de discurso de ódio (voltado contra grupos sociais específicos).
- Cuidado com os itens que zeram a redação
Por fim, é bom saber quais são as situações em que a redação receberá nota zero para evitá-las. Confira:
- fuga total ao tema;
- texto que não seja do tipo dissertativo-argumentativo;
- ausência de texto escrito na folha de redação (folha em branco);
- extensão de até sete linhas manuscritas ou de até dez linhas escritas no sistema Braille (considerados insuficientes);
- impropérios, desenhos e outras formas propositais de anulação;
- trecho deliberadamente desconectado do tema proposto;
- nome, assinatura, rubrica ou qualquer outra forma de identificação no espaço destinado ao texto da redação.
E atenção à letra: uma redação incompreensível devido à letra ilegível também poderá receber nota zero!
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