Segundo especialistas, é importante comemorar que o ensino não foi paralisado e, mesmo que não tenha sido da forma tradicional, as crianças progrediram

Respeitando as medidas de restrição implementadas por causa do covid-19, crianças e adolescentes precisaram estudar de forma online. Nessa fase, a educação teve que lutar para se adaptar e trazer conhecimento a todas as faixas etárias.

“A pandemia mudou o modo de vermos muitas coisas, dentre elas a alfabetização e o acesso à escrita”, afirma Cristina Tempesta, assessora pedagógica do Sistema Anglo.

A alfabetização durante a pandemia

“Aprendemos a alfabetizar os alunos pela tela, mas não podemos comparar os avanços dos alunos nesse suporte com o modelo presencial na escola. Veremos diferenças!”, diz Cristina. É importante comemorar que o ensino não foi paralisado e, mesmo que não tenha sido da forma tradicional, as crianças progrediram muito.

“A maioria dos alunos se alfabetizou, aprendeu a digitar seus textos e a ler na tela. Não se trata de modelo melhor ou pior (presencial ou remoto, papel ou tela, letra cursiva ou digitada), mas do aprendizado e das descobertas que essa situação nos impôs, seja como escola, como professores ou como alunos”, completa a assessora.

A ampliação dos aprendizados

Sobre como reverter os efeitos da pandemia, Cristina afirma que o foco agora deve ser a ampliação das técnicas pedagógicas – e não uma reversão. O modelo digital trouxe novas abordagens e reflexões.

“Se antes dizíamos que a letra cursiva mostrava a identidade de quem a traçou, hoje quem mostra a identidade de quem a registrou é o IP da máquina onde a criança digita o seu texto. Ou seja, a identidade também está aí, cada um continua único e isso é muito importante: cada aluno, sua história, seu percurso”, diz a profissional.

Não se deve enxergar o ensino remoto como um vilão ou obstáculo

“O desafio para os adultos que só vivenciaram o modelo de escola presencial é compreender que há outros formatos que podem ser bons, mesmo que advindos de um susto social como foi a pandemia”, finaliza.