Por que temos o segmento de redação nos vestibulares e como estudar e se preparar?

Seja na vida profissional, acadêmica ou pessoal, leitura e interpretação de texto, bem como a escrita, são cobradas o tempo todo, e se tornam habilidades que precisam “estar em dia”. Por esse motivo, existe uma sessão inteira dos vestibulares apenas para avaliar essa competência. Mas você sabe o que é cobrado na prova de redação e como se preparar?

Daniela Toffoli, autora do Sistema Anglo de Ensino, traz dicas de como estruturar uma boa redação e se preparar para as diferentes propostas dos exames.

O que é avaliado nas redações?

Daniela explica que o vestibular busca avaliar habilidades, como capacidade de estabelecer relações, análise crítica sobre assuntos relevantes e importantes socialmente, capacidade de compreensão e apreensão a partir da leitura, aptidão para organização adequada de ideias, entre outras.

“Todo bom escritor precisa também ser um bom leitor. Desempenhando essas duas habilidades o aluno consegue adquirir repertório para o desenvolvimento de ideias, bem como treinar as técnicas de escrita necessárias nos vestibulares”, afirma.

Como estruturar uma boa redação?

Existem modelos prontos na internet e é possível segui-los como moldes para seu próprio texto. Mas mais do que decorar a estrutura de um texto nota 1000 e tentar replicá-la, é preciso ter técnica e organização. No estilo de dissertação-argumentativa, que é o mais cobrado no Enem e em vestibulares, a estruturação das ideias tem muito mais a ver com o gênero do que com o tema.

Nesse sentido, é essencial para a organização desse tipo de texto:

  • uma introdução no qual o tema seja explicitado com o uso das palavras-chave e com uma tese bastante clara;
  • desenvolvimentos em que a tese possa ser retomada e aprofundada a partir de análises e referências pertinentes e produtivas;
  • conclusão com tom de encerramento e reforço de todos os pontos principais desenvolvidos ao longo da redação.

Assim, mais do que decorar um modelo, é mais seguro entender a técnica de estruturação, e aplicá-la a qualquer tema que possa aparecer na hora do vestibular. Esse formato é sempre o mesmo para a maioria dos exames, e isso ocorre porque o gênero solicitado também é o mesmo.

Isso significa que a lógica de construção deve se manter independente da banca. “É preciso pensar nas particularidades que cada banca avaliadora exige: o Enem precisa de uma conclusão por proposta de intervenção, e a Fuvest é mais exigente em termos de análise crítica, por exemplo. O que realmente vai ter um formato diferente são os vestibulares que exigem gêneros diversos, como é o caso na Unicamp. Neste, o que vai determinar a organização do texto, em grande parte, são os comandos solicitados na proposta e a tipologia textual à qual o gênero pertence”, diz Daniela.

Como se preparar para os possíveis temas

Do mesmo modo que os participantes do vestibular não sabem quais serão as perguntas antes da prova, o tema da redação também é desconhecido até o momento em que o caderno de questões é aberto. Por isso, o melhor modo de se preparar é estar atualizado, por dentro dos assuntos mais importantes que têm sido palco de discussão nas grandes mídias.

Claro que outros tipos de repertório sociocultural também são de grande ajuda, como Filosofia, Literatura, Sociologia, Arte ou História. “Mas se o aluno não for atualizado, será muito mais difícil de trazer uma discussão mais densa crítica sobre o tema dado – principalmente porque uma constante em todos os vestibulares é cobrar temas que são atuais”, completa Daniela.