Palavras de incentivo, demonstração de interesse e hábitos familiares saudáveis são importantes para o bem-estar psicológico das crianças e dos jovens
Segundo a Organização Pan-Americana da Saúde (Opas), metade de todos os casos que envolvem saúde mental começa cedo, por volta dos 14 anos de idade, e a maioria não é detectada nem tratada. As consequências de não cuidar dessas questões se estendem à idade adulta, prejudicando o bem-estar físico e mental e limitando oportunidades futuras dessas pessoas.
Por isso, é fundamental promover a saúde mental e prevenir transtornos nas crianças e adolescentes em idade escolar. Para isso, o envolvimento parental é essencial. Débora Hoffmann, assessora pedagógica do Sistema Anglo de Ensino, afirma que a presença ativa dos pais favorece a segurança afetiva, que é a base para o equilíbrio emocional e mental. “Quanto maior a presença e a participação na vida dos filhos, melhor os pais os conhecem e melhor será a abertura para uma relação saudável, estabelecida com diálogo, respeito e confiança”, destaca.
Saúde mental e desafios acadêmicos
Provas e vestibulares são gatilhos para a ansiedade, segundo Débora. “Ela pode se apresentar em diversos níveis. O importante é ficar atento se a ansiedade está prejudicando a aprendizagem, a concentração, a atenção, o desempenho acadêmico ou, até mesmo, a vida social da criança ou do adolescente”.
Os pais podem ajudar na promoção do bem-estar de seus filhos e, por consequência, na sua saúde mental e desempenho escolar. Isso pode ser feito por meio da proximidade, afetividade, palavras de apoio e incentivo, demonstração de interesse e hábitos familiares saudáveis, como:
- alimentação equilibrada;
- sono de qualidade;
- atividades prazerosas em família; e
- tempo para uma rotina de estudos.
Sinais de alerta
Os responsáveis precisam ficar atentos a possíveis indícios de que existe um problema de saúde mental na criança ou no adolescente. “Os sinais variam de pessoa para pessoa”, comenta a assessora pedagógica. “É importante ficar atento à irritabilidade, isolamento social, dificuldade para dormir, baixa concentração e queda no rendimento escolar”, complementa.
Caso sejam identificadas essas manifestações, é importante estabelecer um diálogo franco e aberto para compreender os sentimentos do jovem. “O ideal é buscar um ambiente acolhedor, sem distrações e interrupções durante essa conversa”, orienta.
“Não leve o celular para a conversa. Faça uma pergunta e então ouça atentamente a resposta até o final, validando com o filho se sua compreensão está correta. Demonstre apoio, compartilhe uma experiência semelhante e pergunte como você pode ajudar”, finaliza Débora.