Close-up image of children filling test-tubes with different reagents

O professor Carlos Marmo explica a relevância e as atividades que podem ser feitas nessas exposições

As feiras de ciências constituem uma forma de aprendizagem que supera a monotonia da rotina e desperta o interesse de aprender nos alunos. De acordo com um artigo publicado pela Revista Educação Pública, esse método de ensino contribui para a alfabetização científica do aluno e o reconhecimento de seu papel ativo na sociedade.

“As feiras de ciências são eventos organizados pelas escolas em que os estudantes têm a oportunidade de apresentar, para a comunidade escolar e seus familiares, os projetos científicos que foram desenvolvidos mediante a orientação de seus professores de Ciências da Natureza”, conta Carlos Marmo, autor do Sistema Anglo de Ensino. São eventos de grande relevância para todos os envolvidos.

Importância para todas as áreas

De acordo com Carlos, as feiras de ciências promovem vários benefícios para os estudantes. “Eles têm a possibilidade de simular, em suas diversas dimensões, tanto em uma pesquisa acadêmica quanto um projeto de trabalho, situações que possivelmente serão vivenciadas por eles quando adultos”, comenta.

 Esses são eventos propícios para que o desenvolvimento de diversas habilidades de grande valor pessoal e profissional para os alunos, como:

  • Iniciativa e criatividade;
  • Determinação e organização;
  • Destreza manual e técnicas de pesquisa;
  • Autoconhecimento;
  • Capacidade de trabalhar em grupo;
  • Capacidade de se expressar de modo escrito e verbal.

O especialista também aponta as vantagens para os professores, que podem visualizar a exposição como mais uma oportunidade de se realizarem de modo pessoal e profissional. Além disso, ele fala dos benefícios para os familiares, que passam a conhecer características que seus entes queridos comumente não apresentam no ambiente familiar. “O orgulho que eles apresentam nessas situações é notável”, conta Carlos.

Quais temas podem ser abordados?

A lista de conteúdos que serão abordados na feira pode ser selecionada pelos professores ou sugerida pelos próprios estudantes. “Essa escolha deve ser realizada com cuidado, já que o sucesso na elaboração e apresentação do projeto depende da relevância científico-tecnológica, histórica ou socioambiental”, diz o autor do Sistema Anglo. “Além disso, a escolha de um tema mais polêmico ou controverso deve ser realizada criteriosamente, avaliando muito bem as consequências dessa ação”. 

Carlos afirma que alguns dos projetos mais frequentemente apresentados abordam temas contemporâneos variados. Ele aponta alguns exemplos:

  • Energia sustentável;
  • Poluição;
  • Produção de alimentos;
  • Biotecnologia;
  • Mundo digital;
  • Indústria farmacêutica;
  • Meio ambiente e sustentabilidade;
  • Geologia e climatologia;
  • Fisiologia humana.

“Conforme se nota, a depender do tema escolhido, o projeto pode envolver assuntos mais especificamente abordados por um ou mais dos sub-ramos das Ciências da Natureza, tais como Biologia, Física, Química, Astronomia e Geologia”, afirma o professor.

Preparação e funcionamento

“Uma feira de ciências se inicia meses antes da sua apresentação, quando ocorre a divisão dos grupos de trabalho e a escolha dos temas a serem explorados”, conta o especialista. A partir disso, ele diz que os grupos de estudantes iniciam o projeto de pesquisa propriamente dito, que é composto tanto de etapas teóricas quanto práticas. Tudo isso com o incentivo e orientação dos seus professores, bem como o apoio da escola e dos familiares

“Apesar de a produção de uma feira de ciências demandar certa quantidade de recursos, é preciso ressaltar que esse fator não é determinante para o seu sucesso, já que o importante é o processo educacional em si”, reforça Carlos. “Assim, com planejamento e criatividade, é possível criar uma experiência educacional significativa utilizando materiais mais simples, reutilizados ou de baixo custo.”

De acordo com ele, o foco deve ser o estímulo e o desenvolvimento de crianças e adolescentes em ambiente escolar. Podem ser utilizadas pesquisas teóricas, experimentos virtuais e apresentações orais com o auxílio de pôsteres.