A leitura pode aproximar familiares, além de ajudar jovens a desenvolverem habilidades essenciais para o mercado de trabalho

O ato de ler, quando feito com frequência, é capaz de aproximar familiares e trazer mais autonomia às crianças e aos adolescentes. Por conta de rotinas cada vez mais agitadas, muitas pessoas deixam a atividade de lado, e o tempo é ocupado por outros programas, muitas vezes, digitais.

Hoje, no entanto, o acesso a livros é mais fácil do que nunca. Diversos exemplares estão disponíveis gratuitamente na internet, assim como em bibliotecas. Para incentivar os jovens e suas famílias a retomarem – ou iniciarem – esse hábito, é fundamental perceber os benefícios da leitura.

O benefício da leitura para crianças e adolescentes

O maior benefício da leitura é a autonomia, segundo o professor Fernando Marcílio, autor do Sistema Anglo. Ele ainda aponta que a curiosidade, principal qualidade procurada por universidades de alto nível e pelo mercado de trabalho, é promovida pela atividade.

“A pessoa que lê (criança, adolescente, jovem, adulto, idoso) adquire duas capacidades fundamentais: a de formular perguntas e a de procurar as respostas para elas, o que, fatalmente, conduz a novas perguntas. É um círculo virtuoso”, explica o profissional.

Outro benefício é o contato direto com as palavras, que desenvolve as habilidades de articulação e compreensão. “Através da leitura, o leitor aprende a usar melhor a linguagem, a se expressar de forma mais eficiente, a se comunicar de maneira mais precisa. São habilidades importantes em qualquer ramo da atividade humana”, completa.

O efeito da leitura nas famílias

“A leitura pode ser vista como um momento de comunhão, de encontro, de afeto entre pais e filhos. Quando a criança aprende a associar o momento de leitura com um tempo de compartilhamento, acaba por adquirir um gosto cada vez maior pela atividade”, explica Marcílio.

Dessa forma, ler pode ser um momento especial durante o dia, ou a semana, para o núcleo familiar. É um período reservado para desacelerar e prestar atenção em uma história específica. Isso os deixa mais unidos, seja ao realizar a atividade reunidos, ou ao compartilhar suas opiniões acerca do enredo. Mesmo que cada um tenha lido individualmente, o debate proporciona mais conhecimento, proximidade e, muitas vezes, risadas.

Uma leitura feita em formato de parceria

Para que a leitura tenha o melhor efeito possível no conjunto, a abordagem ideal é realizá-la sem uma relação específica de hierarquia. Em outras palavras, mesmo que a criança ainda seja pequena, os mais velhos não devem se posicionar como os donos da razão, e sempre abrir um espaço para a troca de ideias. “Os pais podem e devem ler não apenas para os seus filhos, mas com eles. Isso quer dizer estabelecer uma parceria nas descobertas de novos saberes. Pais não precisam assumir a postura de quem sabe tudo; ao contrário, podem manifestar as mesmas surpresas dos filhos diante de conhecimentos que adquirem juntos. Leitura compartilhada favorece o diálogo, a troca de ideias, a compreensão mútua, o estímulo ao raciocínio e à reflexão”, finaliza.