Especialista explica o que deve ser analisado durante o aprendizado das disputas territoriais antigas e atuais
A intensificação recente da guerra em Israel e a veiculação dos ataques nos meios de comunicação mostraram a importância de estudar conflitos geopolíticos. Além de ser um assunto que possivelmente aparecerá em vestibulares, o entendimento completo do contexto da região pode prevenir a disseminação de notícias falsas e ideias preconceituosas sobre determinados grupos sociais, por exemplo.
Pablo López, autor de materiais de Geografia do Sistema Anglo de Ensino, afirma que o estudo das disputas territoriais é interessante para a compreensão das tensões atuais na Ucrânia, na faixa de Gaza e no Estado de Israel. “O nosso material de itinerários formativos pode ajudar os nossos estudantes a aprofundarem a aprendizagem de assuntos tão importantes como esses conflitos de um mundo globalizado”, diz ele.
Origem dos conflitos
A primeira coisa que deve ser feita ao começar a estudar um conflito geopolítico é analisar as origens dessas disputas. Uma guerra dificilmente começa do nada: existem tensões anteriores que se acumulam até eclodirem em um confronto maior.
Pablo afirma que é importante entender que os problemas históricos mal resolvidos na criação do Estado de Israel ou em áreas de fronteiras disputadas entre Rússia e Ucrânia estão na origem dos confrontos que ocorrem hoje.
O estudo dessas disputas também pode auxiliar na compreensão da dinâmica atual dos países no mundo. O especialista reforça que é essencial a compreensão de como essas guerras estão relacionadas às crescentes tensões geopolíticas entre o mundo Ocidental e o mundo Oriental, além do total interesse dos Estados Unidos nos conflitos por conta disso.
Fundamentalismo religioso e grupos extremistas
“É muito comum os nossos estudantes associarem esses conflitos que ocorrem no Oriente Médio ou em grande parte da África a questões religiosas”, afirma Pablo López. Por isso, ele diz que também é importante estudar os movimentos sectários, para tentar compreender a relação entre o fundamentalismo religioso e o surgimento de grupos extremistas, como o Boko Haram e o Estado Islâmico.
- Os movimentos sectários são relativos ao sectarismo, termo utilizado para se referir aos grupos religiosos que agem como se fossem seitas, com regras e doutrinas inflexíveis e intolerantes a diferentes crenças.
- Boko Haram é um grupo terrorista da Nigéria, criado em 2002 com o objetivo de impor a lei islâmica na região. Sua ação mais notória foi o sequestro de 276 meninas no país, em 2014.
- O Estado Islâmico ou ISIS é outro grupo terrorista que surgiu em 2014, após ganhar força com a guerra civil da Síria. Sua origem está relacionada com a instabilidade gerada pela guerra do Iraque de 2003.
Esses assuntos podem ser relacionados, pelo professor da disciplina, ao surgimento do Hamas e do Hezbollah, diretamente envolvidos na questão Palestina.
Assim, é imprescindível fazer uma análise detalhada de todos os fatores que podem ter levado ao surgimento de um grupo extremista ou à eclosão de uma guerra, de forma a entender os contextos socioeconômico e geopolítico e conseguir resolver as questões dos vestibulares.