“Quanto mais os pais entenderem as fases em que seus filhos se encontram, melhores estratégias terão para enfrentar os desafios”, diz assessora pedagógica do Sistema Anglo

Um dos principais conflitos geracionais se dá quando pais e filhos não entendem que o outro não exerce apenas o papel de seu familiar, mas também é um indivíduo com as próprias opiniões, gostos, interesses e vontades. Nesse cenário, também é o risco do adulto atender todas as vontades da criança, e em busca de afeto e conexão emocional, mas isso acaba impedindo o desenvolvimento pleno dela e, inclusive, anulando posicionamentos essenciais do responsável diante de diversas situações.

A individualidade possibilita a autonomia

“O respeito ao que o filho escolhe e pretende, mesmo que diferente da escolha dos pais, dentro de um padrão de limites, contribui de forma significativa para que esses jovens consigam aprender dentro de casa a lidar com frustrações, e com o fato de nem sempre serem atendidos de acordo com suas vontades”, diz Rosane Maria da Silva Faria, assessora pedagógica do Sistema Anglo de Ensino.

Assim, ao ser respeitado dentro de casa, o estudante adquire a confiança para ser quem deseja, livre para tomar as próprias escolhas e, assim, desenvolver a sua autonomia. A longo prazo, ele saberá fazer isso em qualquer ambiente e conseguirá alcançar as suas metas e objetivos.

No entanto, isso não significa que os pais não devem ter uma proximidade com os filhos, pelo contrário. É importante que estejam sempre atualizados a respeito do que está acontecendo, quais seus gostos e obstáculos pessoais e acadêmicos. “Quanto mais os pais entenderem as fases em que seus filhos se encontram, melhores estratégias terão para enfrentar os desafios de cada uma delas”, afirma Rosane.

Via de mão dupla: opiniões dos pais também devem ser respeitadas

Assim como os pais devem respeitar os defeitos, gostos, opiniões e vontades dos filhos, o mesmo vale em relação à nova geração para os mais velhos. Não é só porque exercem a paternidade que os adultos se resumem a isso: eles também terão seus próprios problemas e interesses, que devem ser reconhecidos e respeitados dentro de casa.

Nesse cenário, “é fundamental também que os pais tenham clareza de que não conseguirão e nem precisam atender, o tempo todo, todas as vontades de seus filhos”. Os responsáveis devem ter o discernimento de saber a hora certa de dizer “não”, sem agir de forma autoritária, e continuar tendo uma boa relação em casa.