Mais importante do que o tamanho em si, o conteúdo da redação deve satisfazer a proposta

Na hora de elaborar uma redação, muitos estudantes encontram uma dificuldade: o tamanho. Para alguns, é complicado se manter dentro do limite de linhas, enquanto para outros o problema é escrever o suficiente para tornar o texto coerente e satisfatório.

Embora, na maioria dos casos, os vestibulares não exijam um tamanho mínimo e não haja uma regra de como estruturar o texto, é interessante planejar o conteúdo da escrita. Dessa forma, o resultado atenderá às instruções da prova e, consequentemente, o tamanho não será um estresse para o estudante.

Confira alguns pontos que podem ajudar a elaborar a redação:

Quantos argumentos apresentar?

Segundo Luciana Migliaccio, conhecida como Lucy, professora do Sistema Anglo, “o estudante precisa lembrar que a argumentação é o ato de fazer o outro crer na validade do posicionamento”. Assim, em uma dissertação é essencial trazer pontos que sustentam a sua tese e validam o seu pensamento para o leitor.

Para isso, é importante haver diversidade nos elementos apresentados. O poder argumentativo do texto aumenta conforme a variedade dos argumentos, fazendo uso de diferentes áreas do saber, por exemplo. Um debate fundamentado apenas em referências culturais, por exemplo, pode apresentar fragilidade, se comparado àquele que une as obras a pesquisas e dados.

Nesse sentido, o mais importante é o conteúdo do texto, e não o tamanho. Não é necessário se guiar por um número específico de argumentos, mínimo ou máximo, mas a média costuma ser de três a quatro por texto, considerando uma redação de uma página.

A distribuição dos parágrafos

Em relação à distribuição dos parágrafos, também não há um pré-requisito definido. Em teoria, pensando em uma dissertação ortodoxa, é preciso haver pelo menos três parágrafos: introdução, desenvolvimento e conclusão. No entanto, é difícil desenvolver os argumentos em apenas um parágrafo, então é nesse território que o tamanho costuma se estender.

É importante prestar atenção em cada seção. “A introdução tem que conter sempre três elementos muito importantes: tema, tese e contexto”, aponta a educadora. A argumentação deve ser variada e aprofundada, enquanto a conclusão tem o papel de encerrar o texto e destacar a força da tese.

Atenção para não passar do limite de linhas

Para os jovens que costumam escrever muito e têm dificuldade em planejar um texto dentro do tamanho pedido pela prova, o problema, normalmente, está associado à seleção de informações. Esses estudantes, na maioria das vezes, possuem bastante repertório e não sabem como filtrá-lo.

Nesses casos, Lucy adverte: “Aquele momento anterior, da seleção das prioridades e das informações, tem que ser feito com muito cuidado. Às vezes, é tanto repertório que o estudante se perde. Então, volte na pergunta tema e veja se você está analisando, de fato, o recorte que eles apresentaram”.

Na escrita, é importante não tangenciar o tema da redação, ou seja, evitar colocar informações secundárias como se fossem as principais.

Como fazer bom uso da coletânea?

Para quem apresenta uma dificuldade oposta, ou seja, acha complicado construir um texto com uma boa base e tamanho, é importante analisar a coletânea com calma, já que essa é fonte de inspiração. Vale ressaltar o termo ‘inspiração’: “os estudantes não podem copiar a coletânea”, alerta a professora.

Para se inspirar a partir dos textos da coletânea e aprofundar o debate, é essencial que o jovem faça perguntas a partir das afirmações expostas. Desse modo, o tema será aprofundado em sua escrita, não se mantendo apenas no básico ou no que já foi exposto previamente.

Por fim, Lucy ressalta que “cada banca é uma banca” e os candidatos precisam conhecer o vestibular que estão prestando. É fundamental saber as exigências e a estrutura da prova. Além disso, cada estudante tem a sua forma de escrita, e dicas devem ser observadas como uma orientação, não um molde obrigatório.