Diálogo, monitoramento das notas e parceria com a escola são essenciais para os pais se informarem sobre o progresso acadêmico e emocional das crianças e adolescentes 

A participação dos pais na vida escolar dos filhos pode melhorar o desempenho acadêmico das crianças e adolescentes. É o que apontou o resultado do Programa Internacional de Avaliação de Estudantes (Pisa) de 2015, em que os alunos cujos pais acompanhavam de maneira mais próxima o seu aprendizado tiveram cerca de 50 pontos a mais de média em ciências do que aqueles com familiares menos presentes. 

Vinícius de Paula, coordenador do Colégio Anglo São Paulo, diz que é importante lembrar que os alunos ainda não são pessoas adultas e precisam de acompanhamento. “Muitas vezes, o adolescente é interpretado como um ser que já está formado”, comenta. “Mas ele ainda está em processo de formação física, cultural, social e política”.  

Essa questão é uma responsabilidade dos pais e da instituição de ensino. “Do ponto de vista pedagógico, o acompanhamento dos responsáveis e da escola serve para fornecer ferramentas acadêmicas e emocionais, para que o adolescente possa enfrentar os desafios, superar as dificuldades, aprender, se desenvolver e evoluir dentro do ambiente escolar e doméstico”. 

Dicas para acompanhar de perto o progresso acadêmico dos filhos 

O coordenador cita algumas estratégias para ter mais proximidade com os estudantes e acompanhá-los em sua jornada acadêmica: 

  • Converse com seus filhos: tente sempre manter um diálogo sincero sobre o cotidiano escolar, para saber o que aconteceu no colégio, o que está sendo aprendido, como é a sala de aula e como são os colegas. 
  • Acompanhe as notas: tenha acesso ao boletim e pergunte se já saíram notas parciais ou de provas específicas. 
  • Atente-se a mudanças: se notar alguma alteração no padrão de desempenho escolar, procure a coordenação da escola para buscar mais informações. 

Acompanhamento emocional: como realizá-lo e qual é a sua importância? 

Assim como o acompanhamento acadêmico, também é necessário muito diálogo, compreensão e tolerância. “O adolescente ainda não tem todas as ferramentas para enfrentar o mundo. Ele tem capacidade e habilidade para desenvolver autonomia, mas não tem experiência suficiente para enfrentar determinados problemas e situações tensas”. 

Por isso, é importante demonstrar aos adolescentes que eles não estão sozinhos. “Eles precisarão resolver alguns problemas e enfrentar alguns desafios para aprender, crescer e saber lidar com os próprios fracassos. Mas tudo isso deve ser feito com o apoio dos pais, da família, do colégio, dos professores, da equipe de orientação e de psicólogos”, considera o coordenador. 

Ele acrescenta que é muito importante que o adolescente saiba que tem esse suporte. “O acolhimento emocional parte do fato de o adolescente entender que a escola não é contra ele, e sim com ele. A mesma coisa vale para a família”. Esse acompanhamento começa com muita observação e divide-se em três passos: 

  1. Perceber mudanças comportamentais no que diz respeito ao sono, irritabilidade, tristezas, agressividade, falta ou excesso de apetite. Essas alterações muitas vezes indicam que há alguma questão emocional a ser resolvida. 
  1. Conversar com a equipe pedagógica do colégio para ter informações sobre o comportamento do filho, bem como contar com uma equipe multidisciplinar que ajude o estudante a se desenvolver. 
  1. Procurar ajuda de médicos, psicólogos, psicopedagogos, psiquiatras e pedagogos, quando necessário, para identificar se há, de fato, alguma coisa errada ou necessidade de um tratamento ou de um acompanhamento mais próximo.

Veja também: