Criar uma rotina estruturada, promover um ambiente encorajador e buscar ajuda especializada são formas de contribuir para o desenvolvimento das crianças

Dificuldades relacionadas ao processo de ensino e aprendizagem podem ter como causas falta de estímulo, rotina mal planejada e uso excessivo de telas, entre outros fatores, mas também podem estar relacionadas a transtornos de aprendizagem

Conforme dados do Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais, da American Psychiatric Association, a prevalência de transtornos específicos de aprendizagem relacionados à leitura, escrita e matemática é de 5% a 15% entre crianças em idade escolar.

Dislexia, Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade (TDAH) e Transtorno do Espectro Autista (TEA) são alguns dos diagnósticos que podem surgir a partir de percepções da escola relacionadas às dificuldades de aprendizagem e/ou interação em ambiente escolar. No entanto, quando a criança é estimulada de maneira correta e no tempo certo, pode apresentar evoluções significativas em seu desenvolvimento. 

“É de suma importância que a escola oriente a família a testar adaptações na rotina para estimular a criança e, se necessário, buscar avaliação especializada para compreender se existe algum distúrbio que pode estar impedindo o pleno desenvolvimento”, aponta Camila Vitti de Barros, coordenadora pedagógica do Anglo Piracicaba, unidade Portal do Engenho.

Suporte dos pais e estratégias

Segundo Camila, o papel da família dentro desse contexto é fundamental, pois, diante de um diagnóstico, a busca imediata por terapias especializadas ajuda a criança a se desenvolver. “Quando os pais resistem ao diagnóstico, o tempo vai passando e as lacunas e as dificuldades podem aumentar”, aponta. “Mesmo com um diagnóstico, não se deve limitar o desenvolvimento da criança, independentemente da dificuldade, pois com o apoio adequado ela pode alcançar seu pleno potencial.” 

De acordo com ela, os pais podem adotar diversas estratégias e abordagens para ajudar seus filhos com problemas específicos de aprendizagem, entre elas: 

  • Criar uma rotina de estudos; 
  • Promover um ambiente de aprendizagem positivo e encorajador; 
  • Utilizar a brincadeira como uma ferramenta para a experimentação e a internalização de habilidades e conceitos; 
  • Entender e respeitar o tempo da criança; 
  • Cumprir com a rotina de terapias especializadas, como fonoterapia e psicoterapia, seguindo as orientações específicas dadas pelos profissionais. 
Colaboração entre escola e família 

Também é função da escola contribuir com as famílias e com o aluno que apresenta essas dificuldades. Isso pode ser feito por meio de programas de intervenção escolar, adaptações curriculares e a colaboração com professores e especialistas em educação inclusiva, para desenvolver planos personalizados que atendam às necessidades específicas das crianças. 

“A colaboração entre família e escola é essencial. Com a interação regular e a comunicação aberta sobre o progresso da criança, é possível ajudá-la a desenvolver habilidades especificas e a superar desafios relacionados à sua condição”, conclui Camila.