Os deficientes intelectuais devem ser acolhidos pela escola, com profissionais que entendem as suas necessidades e o seu ritmo específico de aprendizagem

Ao falar de inclusão na educação, é muito comum imaginar o quadro de uma deficiência física e as adaptações necessárias para o ambiente escolar. No entanto, além desses casos, os profissionais devem estar preparados para lidar com deficiências intelectuais, verificando se a aula está apropriada para aquele estudante.

Preparando a comunidade escolar

Segundo Mariângela Petrosino, assessora pedagógica do Sistema Anglo, é importante conferir se toda a comunidade escolar (professores, pais e colegas) foram preparados para lidar com uma criança que apresenta um ritmo de aprendizagem diferente dos demais. Além disso, deve haver conversas na escola sobre o tema.

“Quando as coisas são mais claras e transparentes, é bom para todo mundo, inclusive para alguém que se sente rejeitado ou para uma família que tem medo da reação das outras”, diz Mariângela. Pensando nisso, uma sugestão é que a reunião de pais de início de ano seja aproveitada para compartilhar, caso haja, a deficiência ou dificuldade de um estudante, para que todos possam compreender e ajudar.

Compreender o caso específico

“Se simplesmente tomamos decisões baseadas em determinações de diretorias de ensino, tudo fica muito truncado e o acolhimento também é muito mais lento”, afirma Mariângela. Portanto, é essencial que os profissionais daquela escola entendam o quadro específico daquele estudante com uma dificuldade de aprendizagem e quais adaptações técnicas precisarão ser feitas na sala.

Tanto para os colegas de sala quanto para o professor, esse aluno com um ritmo diferente pode ensinar — e muito.

Benefícios de turmas diversas

“Sempre há trocas nas relações. E quando olhamos para uma deficiência somente com olhar assistencialista, esquecemos que também nos beneficiamos na troca até para o nosso desenvolvimento socioemocional. Então, lidar com o outro desenvolve a nossa paciência e a nossa criatividade para buscar estratégias diferentes em sala de aula”, afirma Mariângela.

Todos esses benefícios têm a ver com o preparo para acolher essas pessoas — processo que deve estar na lista de prioridades dos educadores.