Cristina Tempesta, autora do Sistema Anglo de Ensino, disserta que as notas são um mecanismo do aprendizado, e não um objetivo final

Se a escola adotou a avaliação formativa, o resultado das avaliações não classifica os alunos em “sabem ou não sabem”. As notas refletem o processo de aprendizagem e todos os fatores envolvidos: qualidade das aulas, dos recursos e instrumentos didáticos utilizados, estratégias adotadas em cada aula, a qualidade do trabalho do professor e do aluno.

Mesmo assim, o boletim continua tendo um papel importante, desde que usado de maneira acolhedora e formativa, pensando no desenvolvimento pessoal e acadêmico do estudante, não importa qual seja a sua idade.

Como o boletim deve ser analisado?

“Ao adotar um olhar mais abrangente promovido pela  lente da avaliação formativa,  o boletim deixa de ser o fim de uma etapa e passa a abrir reflexões sobre o trabalho realizado. Por isso, de posse desse documento é importante as famílias ouvirem seus filhos e amadurecer com eles uma ideia de co-responsabilidade pelos resultados”, diz Cristina Tempesta, autora de materiais didáticos do Sistema Anglo de Ensino.

Sendo assim, os pais devem:

1- Lembrar a si mesmos e aos filhos que a nota é fruto de diferentes fatores

2- Ouvir os estudantes sobre as razões que levaram àquele resultado

3- Conversar sobre as notas altas e baixas – estas, por sua vez, exigirão mais trabalho

Ao fazer esse exercício, os responsáveis permitem que os alunos amadureçam sobre a sua postura e busquem se dedicar de forma assertiva e intencional para as próximas provas.

Por que é importante conscientizar o estudante sobre

“Chamar os filhos à responsabilidade é elevar o nível da conversa da ‘sorte’ ou da ‘transferência da responsabilidade’ (culpa da aula, do professor, do colega, do exercício do dia a dia, da questão da prova, do outro, do outro, do outro…) pelos resultados, para uma postura de análise: ‘até onde já fui e o que fazer para avançar’. A conversa é de compromisso, transparência, votos de confiança, de oferta de ajuda, de ouvir, apoiar, reconhecer avanços e de também cobrar melhoras”, diz Cristina.

O que fazer depois da análise do boletim?

Depois de conversar com os filhos sobre o boletim, os pais não devem simplesmente cobrar de forma rígida um resultado melhor, mas, sim, continuar focando no processo diário e no potencial do filho. “Cobrar é dizer: “vamos em frente, você pode! E conte comigo para ajudar, se for preciso!”, destaca a autora.

“Hoje, o boletim pode ser um disparador de boas conversas, reflexões e o mais importante, planos de ação, para alunos, professores e escola”, finaliza Cristina.