O diferente ritmo de aprendizagem não é motivo para afastar um estudante do resto da turma

Quando um aluno com síndrome de Down estuda com outras crianças sem deficiência nenhuma, é comum que o professor queira, com boas intenções, prestar bastante atenção nesse indivíduo. Entretanto, esse suporte deve ser cauteloso e respeitar alguns limites, sem impor adaptações desnecessárias.

Um aluno com deficiência não deve ser afastado dos demais no mapa de sala

Muitas vezes, tratando-se de crianças com ritmos mais lentos de aprendizagem, como é o caso dos portadores de Síndrome de Down, o professor pede para aquele estudante sentar perto da sua mesa. O objetivo é facilitar o ensino, mas, na prática, isso traz consequências negativas, afastando o indivíduo da interação com os colegas.

“Isso não é inclusão, pelo contrário. É uma forma de mostrar para as outras crianças que aquela que chegou é tão diferente delas que precisa sentar grudada na mesa do professor, sem poder conviver com as demais — isso é praticar exclusão”, diz Mariângela Petrosino, assessora pedagógica do Sistema Anglo.

Nesses casos, é fundamental pesquisar sobre a Síndrome de Down e conversar abertamente com a família do estudante, para entender, de fato, as suas demandas no cotidiano. Especialistas recomendam que essa criança esteja sentada no meio da turma, em um ponto de contato direto com os colegas.

A inclusão traz vantagens para todos

A criança com Síndrome de Down se beneficia muito ao conviver com outras que não apresentam deficiência, pois observam o comportamento dos colegas como referência para o seu desenvolvimento cognitivo e social. Por outro lado, a turma também aprende muito, conforme exercitam a paciência, a empatia e o respeito.

Por fim, vale lembrar que a escola precisa estar apta a praticar a inclusão em todos os aspectos, realizando modificações em seu funcionamento base quando forem coerentes e necessárias.